Ele era discreto e tímido, não falava com ninguém e vivia pelos cantos. Os mais jovens o chamavam de emo, mas ele nem sequer ouvia música ou usava maquiagem. Era magro, pálido e de estatura mediana. Não falava com ninguém pelo menos diretamente, não olhava nos olhos, não cultivava amigos. A maioria do tempo ficava em seu quarto desenhando e quando queria falar ou se expressar o fazia pela webcam, que mandava as imagens ao vivo para o site. Poucos se preocupavam com o que fazia ou deixava de fazer, tinham de cuidar de suas vidas e se preocupar com seus problemas. Ele tinha se mudado para aquele lugar há seis meses e sequer dava um bom dia, apenas respondia os cumprimentos e se ia. Respostas curtas. Ninguém sabia de onde vinha ou o que teria feito antes.
Post velhinho, repostando.
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Resgatando- Mistery
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Não me deixe só
Originalmente postada aqui.
“Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz”
No nosso quarto, só eu no meio da penumbra. Apenas a luz do computador que você deixou ligado. Onde diabos você foi, Gee? Assim eu não consigo dormir. Longe dos teus braços nada fica bem, só você espanta meus pesadelos.
“Não me deixe só
Tenho desejos maiores
Eu quero beijos intermináveis
Até que os olhos mudem de cor...”
Sem contar o meu beijo de boa noite. O teu beijo, o melhor do mundo. Você nega querendo ser modesto, mas é sim e não canso de repetir. Tua boca, teus dentes que mordem meus lábios, tua língua que brinca. É uma sensação tão boa, que eu desejo que nunca termine.
“Fique mais
Que eu gostei de ter você
Não vou mais querer ninguém
Agora que sei quem me faz bem...”
O barulho inconfundível da fechadura. Levantei num salto! Nem sei quanto tempo esperei. Você chega e me sorri, parece que leu minha mente. Eu amo o teu sorriso. Mas o que eu não amo em você? Ah, lembrei.
- Onde você estava, meu doce? – Você nem me responde. Eu não sou do tipo que gosta de mistério. Então você me beija, para desmanchar minha cara de desaprovação. Meus braços dependurados no teu pescoço, você pega na minha cintura e aperta. Morde meus lábios devagar, como eu adoro quando você faz.
- NUNCA, nunca mais faz isso comigo tá? Não sai mais sem dizer aonde vai, não deixa o celular em casa, e se possível me leva junto.